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quarta-feira, dezembro 02, 2015

Onde há na Bíblia poder de intercessão aos anjos e santos?


É comum sermos questionados por protestantes, com perguntas como essa. Estas perguntas são nada mais que uma forma de caluniar a Santa Igreja.

Antes de tudo devemos nos perguntar, o que é interceder? Interceder, no sentido religioso, é pedir a Deus algo em favor de outra pessoa.


OS SANTOS SÃO NOSSOS INTERCESSORES: SUAS ORAÇÕES SÃO LEVADAS A DEUS...

A BÍBLIA NOS DIZ: “Adiantou-se outro anjo, e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro nas mãos. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está diante do trono.” (Apocalipse 8,3).




O próprio salmista fez o mesmo COM INCENSO, para que não reste duvidas, da comprovação de que realmente eram orações:

“Que minha oração suba até Vós como a fumaça do incenso, que minhas mãos estendidas para Vós, sejam como a oferenda da tarde.” (Salmo 140,2).

O próprio protestantismo, hoje condena o uso do incenso, afim de condenar mais ainda a Santa Igreja.

Ainda no apocalipse, livro que diversas seitas deturpam ao seu próprio gosto, nos relata a veracidade da intercessão dos santos.

“os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos).” (Ap 5,8).

Mais mesmo com essas verdades, ainda sim, tem gente que diz QUE OS SANTOS estão mortos, isso se dá por falta de não conhecerem a verdade.

Na carta aos Hebreu diz claramente: “como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. (Hb 9,27)

Ora, será que estes são tão sábios ao ponto de questionar a isso? Com certeza não!

Lá no Gêneses 5, 23. diz: A duração total da vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. 24. Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o levou.

Teria Deus colocado Henoc para dormir? Com certeza não!

Pois em II Reis 2, 1 diz que: Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão (…)

Teria Deus matado Elias para poder arrebatá-lo? Claro que não!

Para encerrar o assunto, vejam o que diz em Jer 15, 1.

Disse-me, então, o Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se afaste de mim! Jer 15, 1

VEJAM QUE DEUS AFIRMA A INTERCESSÃO DAQUELES QUE JÁ ESTÃO NO CÉU.

Agora resta-nos fazer um pergunta: SERA QUE OS PROTESTANTES SABEM MAIS QUE DEUS? De certo não sabem, pois ninguém sabe mais que Deus.

Paz e bem.

Por: Gilson Azevedo

quarta-feira, outubro 14, 2015

A INTERCESSÃO DOS ANJOS E SANTOS NA BÍBLIA



1 – A Igreja Católica, desde os primeiros séculos do Cristianismo, praticou a devoção aos Anjos e aos Santos, e especialmente a Nossa Senhora, a Rainha de todos eles. Devoção esta que se realiza através de atos de veneração e de pedidos de intercessão junto de Deus, bem como pelo esforço pessoal em imitar-lhes as virtudes. Tudo isso muito de acordo com a Bíblia, a Tradição e o próprio bom senso. Os argumentos da Tradição são patentes. Eis os da Bíblia e do bom senso.

A – Os Anjos na Bíblia

2 – Anjos são seres celestes e mais perfeitos que os homens, pois não dependem em nada da matéria. Eles são seres puramente espirituais, dotados de grande inteligência, força de vontade, e de rapidez de movimentos. Eles são ministros de Deus que os envia a este mundo em missões diversas, relacionadas com a nossa salvação, (Heb. 1,14), missões especiais umas, (Cf.Lucas 1,19-38; Atos 10,22); habituais outras, (Mat. 18,10; Hebr. 1,14).

Os anjos intercedem por nós a Deus


3 – De fato, a Bíblia se refere aos Santos Anjos a executar vários ofícios religiosos para conosco. Assim, ora ela os apresentaoferecendo a Deus as nossas orações (Apoc. 8,3-5); ora, rogandoa Deus por nós (Zac. 1,12-13); ora ainda sendo eles rogados por varões justos. (Gên. 19,17 a 21; 48,15-16; Os. 12,5) Eles foram, por isso, venerados por homens justos. (Gên 18,2; 19,1-2; Núm. 22,31; Jos. 5,13-15) Podemos, pois, e devemos venerá-los (não adorá-los, propriamente falando – Apoc.22,8-9) e pedir-lhes a proteção, pois a Bíblia afirma que eles exercem um “ministério” em favor da nossa salvação. (Heb. 1,14)

4 – Não se pode, é claro, prestar a uma criatura, por mais elevada que seja, um culto latrêutico ou de adoração, que só compete a Deus, e só a Ele se presta, porque este ato significa o reconhecimento dEle como o Senhor Supremo e Absoluto de todas as coisas. Ao passo que o culto de veneração significa a honra, e reverência, o amor e gratidão que se votam também aos Anjos e Santos, como a amigos de Deus e nossos na glória.

5 – Para significar isso, S. João, no Apocalipse, relata um gesto seu, como se se dispusesse a “adorar um Anjo”, e este o proibiu dizendo-lhe: “Não faças isso. Sou servo como tu, e como teus irmãos que têm o testemunho de Jesus.” (…) “A Deus é que deves adorar.”(Apoc. 19,10; 22,8-9) A diferença, porém, entre “adoração” e “veneração” não está tanto no gesto; está mais na intenção interior de quem, por exemplo, se inclina ou se ajoelha diante de uma imagem sagrada. Esta representa na sua mente a pessoa santa a quem quer prestar o seu ato de culto ou devoção. (Cf.”Folhetos Católicos”, nº 05)

B – Os Santos na Bíblia

6 – Distinguimos aqui os Santos do Antigo Testamento e os do Novo. Aqueles só entraram no céu com Jesus Cristo no dia da sua gloriosa Ascensão. Aguardavam aquele glorioso dia num lugar que Jesus chama “Seio de Abraão” (Lc. 16,22), e onde já eram muito felizes, mas não plenamente como na glória. Mas os Santos do Novo Testamento, logo que saem deste mundo, entram na Luz da Glória, onde sempre fruem da perfeita felicidade do céu, onde a caridade atinge a sua plenitude.

Os Santos intercedem por nós a Deus



7 – Os Santos no céu estão na mesma condição dos Anjos, pois conservam as suas naturezas individuais e intelectuais, e possuem a mesma Luz divina na qual vêem a Deus, e em Deus conhecem tudo o que a sua mente pode conhecer. (“Na tua Luz veremos a Luz” – Sal. 35,10) Por isso, a Bíblia afirma que os Santos “julgarão este mundo” (1Cor. 6,2). Para fazerem esse julgamento devem conhecer os atos praticados neste mundo. Portanto, os Santos conhecem as nossas precisões e intercedem por nós como nossos amigos junto de Deus.

É o que lemos em várias passagens da Bíblia

8 – a) Em Jeremias lemos: “E o Senhor me disse: ‘ainda que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, o meu coração não se voltaria para esse povo.’” (Jer. 15,1) Ora, Moisés e Samuel já não eram do número dos vivos, e podiam, no entanto, interceder pelo povo.

Note-se ainda que, no 2º Macabeus (15,14), diz-se do próprio Jeremias, já falecido, que ele “muito ora pelo povo e pela cidade santa.” Vê-se, pois, que o povo eleito tinha essa fé.

9 – b) No Apocalipse São João narra a visão que teve de Jesus Cristo em seu trono de glória, e diante dEle se apresentavam anciãos“com taças cheias de perfume, que são as orações dos santos.”(Apc. 5,8; 8,4) Esses anciãos significam os “Santos da glória” apresentando a Jesus as orações dos “santos da terra”, os fiéis cristãos nesse mundo. Trata-se de uma forma de mediação secundária dos Santos entre Cristo e os seus fiéis.

10 – c) Na parábola do pobre Lázaro e do rico avaro, Jesus apresenta Abraão sendo rogado pelo mau rico que fora condenado ao inferno. (Lc. 16,27) No caso, o mau rico pedia o impossível. Não podia ser atendido. Mas, com este fato Jesus significou a possibilidade de se pedir ajuda aos amigos de Deus que estão no Céu, pois o mau rico pediu a intercessão de Abrãao.

11 – d) No 1º livro dos Reis Deus prometeu a Salomão não retirar-lhe o trono em vida, e conservar para seu filho (Roboão) o reino de Judá, “em atenção” e “por amor de seu servo Davi (já morto). (1 Reis 11,11-13) Significa que Deus toma em consideração os pedidos de seus amigos da glória, os Santos.

12 – e) Igual sentido tem a oração de Moisés pedindo a Deus que poupasse o povo culpado em atenção aos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, todos já falecidos. (Êx 32,11-14)

13 – f) Ainda no 2º livro dos Reis a Bíblia narra o milagre da ressurreição de um morto, ao contato com os ossos do profeta Eliseu. (2 Reis 13,21) Nesse fato temos ainda a aprovação da prática católica de venerar as relíquias dos Santos.

14 – g) Se os santos da terra (os fiéis cristãos neste mundo) intercedem junto de Deus pelos irmãos, conhecidos e desconhecidos (são incontáveis os casos nas Epístolas dos Apóstolos), quanto mais os Santos da glória que, na Luz divina, conhecem perfeitamente as nossas precisões (como acima ficou provado). Eles intercedem com certeza por nós junto de Deus.

15 – Por fim, um argumento de razão ou bom senso:

É conforme à natureza dos seres criados por Deus que os inferiores obtenham favores dos superiores também pela mediação de amigos de ambos. A própria mediação de Cristo tem por base este princípio. Ora, os Santos são amigos de Deus e nossos na glória. (Lc. 16,9) Logo, podem, intercedem por nós.

16 – E mais: estando os “Santos da glória” na mesma condição dos Anjos, podem ser venerados, como os Anjos o foram, por homens justos, ou seja, pelos fiéis, conforme se lê na Bíblia. (cf. nº 3 deste folheto) Sobre o culto de veneração dos Santos praticado na Igrejaprimitiva, e não tardiamente, ver “Folhetos Católicos”, nº 04.
Respondendo às objeções


A – Há protestantes que afirmam: após a morte, as almas ficam em estado de esquecimento e não podem interceder pelos vivos. Só após o último juízo terão consciência. E citam erradamente um texto doEclesiastes, que fala da condição dos mortos no túmulo onde “não sabem mais nada…” (9,5-6)

Resposta: Eles aplicam à pessoa toda (corpo e alma) o que só se refere ao seu corpo. O sentido exato do texto nos é dado pelo mesmo Eclesiastes mais à frente – (12,1 e 7: “Lembra-te do teu Criador nos dias de sua juventude (…) antes que a poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida (a alma espiritual e imortal) retorne a Deus que o deu”. O que é inteiramente conforme ao que lemos na Epístola aos Hebreus (9,27): “Está determinado que o homem morra uma só vez e depois disto vem o juízo” – particular, logo após a morte.

Daí Jesus ter garantido ao ladrão convertido na cruz (Lc. 23,43):“Em verdade eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso” – com vírgula depois de “digo”, como no original grego, e não depois de “hoje”. Logo, com plena consciência logo após a morte.

B – Eles fazem outra objeção por a Bíblia afirmar que há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo. (1 Tim. 2,5)

Resposta: Deve-se completar a citação de São Paulo (que em geral é citada só pela metade) e que continua no vers. 6 assim: “…o qual Se entregou em Redenção por todos”. Portanto, Jesus Cristo é, sim, o único Mediador, mas “de Redenção”. O que não exclui amediação de intercessão dos Anjos e Santos, como acima ficou demonstrado. Muito menos exclui a de Nossa Senhora, a mais Santa que todos os Santos.

Portanto, estão em erro os opositores de mais essa verdade bíblica professada pela Igreja Católica desde os seus começos.

segunda-feira, junho 15, 2015

O Escapulário e seus Privilégios


Como se explicam as promessas anexas ao escapulário do Carmo? A Justiça Divina poderia, simplesmente em atenção a essa insígnia, permitir que um pecador endurecido não seja condenado?

Dividiremos a resposta em três etapas : 1) origem do escapulário como tal; 2) privilégios anexos ao escapulário do Carmo; 3) valor histórico e significado religioso dos mesmos.

1. Origem do escapulário

O escapulário (do latim scapulo, espádua) é uma longa peça de pano que das espáduas desce sobre o peito e as costas de quem a traja, recobrindo a respectiva túnica. Inicialmente servia de avental durante o trabalho manual. Muito usado entre os monges, tornou-se uma das insígnias características das ordens monásticas e religiosas em geral.

Na Idade Média as Ordens Religiosas propriamente ditas foram criando em torno de si o que se chama «as Ordens Terceiras» (ou as famílias de «Oblatos» e «Oblatas»), compostas de pessoas seculares desejosas de viver em contato assíduo com os mosteiros e conventos (a «Ordem Segunda» era o ramo feminino, enclausurado, de uma Ordem masculina dita «Primeira»). Os Terciários e Oblatos receberam, como distintivo de seu estado, o escapulário. Aos poucos, este foi sendo adotado até pelas Confrarias, associações remotamente vinculadas a determinada Ordem. Então, para facilitar o uso da insígnia, os superiores religiosos resolveram admitir, ao lado do escapulário grande, o escapulário pequeno, que consta de dois retângulos de pano de lã ligados entre si por duas fitas, de sorte a poder ser trazidos pelos irmãos dia e noite sobre o peito e as costas. É esta a forma hoje em dia mais comumente adotada pelos fiéis que vivem no mundo.

Distinguem-se atualmente vários tipos de escapulários segundo as diversas Ordens Religiosas e as modalidades da piedade cristã; o mais famoso é o escapulário marrom ou negro da Ordem do Carmo, ao lado do qual se podem citar: o escapulário branco, da SS, Trindade, propagado a partir de 1200; o escapulário negro, das Sete Dores de Maria, devido aos Servitas, a partir de 1255; o escapulário azul, da Imaculada Conceição, concedido em 1691 e 1710 aos Teatinos; o escapulário vermelho, dedicado à Paixão do Senhor, difundido pelos Lazaristas e aprovado em 1847.

O uso do escapulário não visa apenas ornamentar o respectivo portador. Ao contrário, tem valor religioso digno de nota: significando a filiação a uma Ordem ou Confraria, implica, em quem o traz, o desejo sincero de praticar os conselhos evangélicos (cf. Mt 19,21), na medida em que são aplicáveis à vida no século. Além disto, significa participação nos bens espirituais de que goza a respectiva família religiosa; costuma ser bento e entregue aos fiéis segundo determinado ritual, tornando-se assim um sacramental, ou seja, objeto que comunica a graça em quem o usa com fé e caridade. Vê-se, por conseguinte, que, embora sejam múltiplos os tipos de escapulário, têm todos a mesma finalidade: significar e, ao mesmo tempo, fomentar o serviço aprimorado de Deus, que é a grande devoção de todos os cristãos.

2. Os privilégios anexos ao escapulário do Carmo

Dentre os favores espirituais outorgados ao uso do escapulário, sobressaem os que se prendem ao da Ordem do Carmo. Quais são precisamente?
Enunciam-se dois : a) o privilégio de uma boa morte; b) a pronta libertação do purgatório.
a) A graça da boa morte teria sido prometida pela SS. Virgem numa aparição a S. Simão Stock, sexto Superior Geral dos Carmelitas (1242-1265), em Cambridge, aos 16 de julho de 1251. Trazendo em mão o hábito da Ordem, teria dito a excelsa Senhora : «Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo aquele que morrer, revestido por este hábito, será salvo».
b) O privilégio «sabatino» afirma que a Virgem SS. liberta do purgatório os irmãos filiados à Ordem do Carmelo no primeiro sábado após a morte de cada um. Este favor, dizem, foi revelado pela própria Mãe de Deus ao Papa João XXII, provavelmente na véspera de sua eleição. O mesmo Pontífice terá anunciado aos fiéis tal graça e várias outras concedidas à Ordem do Carmo mediante a bula «Sacratissimo uti culmine» de 3 de março de 1317.


a) Os documentos sobre os quais se baseia a afirmação dos dois privilégios têm despertado a atenção dos estudiosos, levando-os a perguntar se são fontes históricas de todo fidedignas.
Examinemos o que consta.

O primeiro documento que refere a aparição da Bem-aventurada Virgem a S. Simão Stock data do ano de 1430 aproximadamente; é chamado «Viridarium» do Prior Geral Carmelita João Grossi (cf. Daniel a S. Virg. Maria, Speculum Carmelitarum I. Antverpia 1680,131). Entre o ano em que se terá dado a visão (1251) e a data acima, a história não apresenta documento algum que relate o caso.

No ano de 1642 apareceu pela primeira vez em público, por iniciativa do Pe. Provincial João Chéron O. C., uma carta circular de Simão Stock aos religiosos de sua Ordem, carta em que o Prior Geral referia a aparição e as palavras de Maria. Este documento teria sido ditado pelo Santo a seu secretário, Pe. Swanyngton. Denegam fé a esse instrumento os historiadores modernos, inclusive os Carmelitas (cf. Annales Ord. Carm. 1927 e 1929).

Quanto ao privilégio «sabatino», desde o séc. XVII contesta-se a autenticidade da bula de João XXII que o anuncia ao mundo cristão. Entre a data que este documento traz (1317) e o ano de 1461 não há menção da bula na tradição. O primeiro autor que a deu a conhecer foi o Carmelita Balduíno Laersius (+1483). Hoje em dia não há quem afirme a autenticidade de tal documento. O próprio Pe. Zimmermann na sua coleção de documentos referentes à Ordem do Carmo (Monumenta histórica Carmelitana I 356-363) renunciou a defendê-la. — No texto mesmo da bula paira dúvida sobre uma das passagens principais: lê-se no original latino que a Virgem SS. libertará do purgatório subito (em breve, sem demora) ou, conforme outros códigos, sabbato, no sábado seguinte à morte, as almas dos seus fiéis.

Ademais notam os historiadores que até o séc. XV os membros da Ordem do Carmo não atribuíam maior importância ao uso do escapulário do que os filhos de outras Ordens.

Eis o que, do ponto de vista historiográfico, se poderia dizer sobre as promessas anexas ao escapulário do Carmo.

b) Pergunta-se agora : que resulta disso tudo para a piedade dos fiéis?

Deve-se reconhecer que uma série de Papas, a partir do séc. XVI, tem favorecido o uso do escapulário do Carmo, enriquecendo-o com novas indulgências e permitindo sejam anunciadas aos fiéis as duas promessas acima. Ao fazer isso, porém, nenhum Pontífice intencionou dar definição dogmática sobre o assunto; os Papas apenas quiseram fazer da piedosa crença vigente um estímulo para a piedade dos fiéis. As promessas anexas ao escapulário do Carmo, por conseguinte, ficam pertencendo ao setor das revelações particulares, que cada cristão é livre de admitir ou não, seguindo os critérios que lhe pareçam mais fidedignos.

Observe-se, porém, que o privilegio da boa morte (a primeira das duas promessas) jamais poderá ser entendido em sentido mecânico, como se o uso mesmo do escapulário, independentemente do teor de vida moral do cristão, fosse suficiente para garantir a salvação eterna. Não; o portador do escapulário deverá cultivar as virtudes cristãs para que a dita insígnia lhe possa valer como penhor de especial tutela de Maria SS. na hora da morte. Foi o que o Papa Leão XIII quis inculcar, quando, ao aprovar o Ofício de S. Simão Stock para os católicos ingleses, mandou inserir no texto respectivo uma palavrinha que não se achava no original apresentado a S. Santidade: «Todo aquele que morrer piedosamente trajando esse hábito, não sofrerá as chamas do inferno». Consequentemente comenta J.-B. Terrien:

«Certamente os antigos consideravam o escapulário como penhor de predestinação, mas não chegavam, como penso, ao ponto de dizer que não restem dúvidas justificadas a respeito da salvação de um pecador que na hora da morte rejeite o amparo da religião, embora tenha trazido até o último suspiro a veste sagrada de Maria» (La Mère de Dieu et Ia Mère des hommes IV 304).

As boas disposições espirituais são também exigidas por um comentário do privilégio, comentário atribuído a S. Simão Stock:

«Conservando, meus irmãos, esta palavra em vossos corações, esforçai-vos por assegurar vossa eleição mediante boas obras e por jamais desfalecer; vigiai em ação de graças por tão grande benefício; orai incessantemente a fim de que a promessa a mim comunicada se cumpra para a glória da SS. Trindade,e da Virgem sempre bendita» (cf. Bento XIV, De festis B. V. c. VI § § 7-8).

No tocante ao segundo privilégio, devem-se observar os termos precisos segundo os quais a Santa Sé se tem referido a ele. Um decreto do S. Oficio datado de 15 de fevereiro de 1615 (sob o Papa Paulo V) e renovado pela S. Congregação das Indulgências a 1o de dezembro de 1885 assinala a atitude definitiva do magistério da Igreja sobre o assunto: sem proferir palavra acerca da autenticidade da controvertida bula de João XXII, admite que a Virgem Maria recobrirá com a sua proteção materna, principalmente no sábado (fórmula devida à ambiguidade do texto acima referido: súbito,. sabbato...?), dia consagrado ao seu culto, as almas daqueles que na terra tiverem sido seus fiéis servos.

Aos 4 de julho de 1908, a S. Congregação aprovou uma Súmula de indulgências e privilégios concedidos à Confraria do Escapulário do Carmo, em que se lê verbalmente o seguinte:

«O privilégio comumente chamado sabatino, de João XXII, aprovado e confirmado por Clemente VII, Ex clementis, aos 12 de aposto de 1530, por Pio V, Superna dispositione, aos 18 do fevereiro de 1566, por Gregório XIII, Ut Laudes, aos 18 de setembro de 1577, e por outros, assim como pelo decreto da S. Inquisição Romana sob Paulo V, aos 20 de janeiro de 1613, declara: ‘É permitido aos Padres Carmelitas pregar que os fiéis podem admitir a piedosa crença no auxilio concedido após a morte aos Religiosos e confrades da Associação de Nossa Senhora do Monte Carmelo’. Com efeito, é permitido crer que a SS. Virgem socorra às almas dos Religiosos e confrades falecidos em estado de graça, contanto que tenham trazido durante a vida o escapulário, tenham guardado a castidade do seu estado e recitado o Oficio Parvo da Virgem ou, se não sabem ler, tenham observado os jejuns da Igreja e praticado a abstinência de carne às quartas e sábados, a menos que a festa de Natal caia num desses dias. As orações contínuas de Maria, seus piedosos sufrágios, seus méritos e sua especial proteção lhes são assegurados após a morte, principalmente no sábado, que è o dia consagrado pela Igreja à SS. Virgem».

Neste documento chama a nossa atenção, de um lado, o fato de não serem mencionadas nem a aparição da SS. Virgem nem a bula de João XXII «Sacratissimo uti culmine»; de outro lado, verifica-se que, independentemente desses tópicos, a Santa Sé aprecia a fidelidade ao escapulário do Carmo, mencionando especial proteção de Maria para os verdadeiros devotos do mesmo (o que certamente exclui o porte meramente mecânico de tal insígnia); o documento, porém, não fala de libertação do purgatório no primeiro sábado após a morte, preferindo a fórmula mais geral; «especial proteção». — Como quer que seja, a idéia de sábado no purgatório teria que ser entendida em sentido largo ou translato, visto que a sucessão de dias da semana só pode ser critério na terra, onde o tempo é medido pelo movimento dos corpos; no purgatório há apenas almas separadas de seus corpos.

As considerações e conclusões acima talvez causem surpresa em um ou outro dos nossos leitores. Foram contudo ditadas pela objetividade dos documentos e fatos. Não acarretam, de modo algum, detrimento para a piedade. Muito ao contrário; esta tanto mais forte e frutuosa é quanto mais alicerçada sobre a verdade e o «sentire cum Ecclesia», sobre as normas e declarações da Esposa de Cristo. A cada cristão fica a liberdade de se santificar dando fé às promessas anexas ao escapulário do Carmo. A finalidade destas linhas era apenas a de remover qualquer concepção teologicamente errônea a respeito da tradicional devoção.

Bibliografia
A. Michel, Scapulaire, em «Dictionnaire de Théologie Catholique* XIV 1, Paris 1939, 1254 9).
K. Bihilmeyer, Skapulier, em Lexikon für Theologie und Kirche IX 617.
N. Paulus, Geschichte des Ablasses im Mittelalter II. 1923.
Berlinger-Steinen, Les indulgences. Paris 1925.

quinta-feira, março 19, 2015

Reflexões sobre a intercessão dos santos

Antes de explorar o título da única mediação de Cristo, seria prudente definir os termo. A palavra mediador geralmente possui dois significados. Em um estrito e primário sentido, refere-se à figura que se interpõe entre duas partes opostas para reconciliá-las. Há 4 componentes para esta definição: 1- intervenção pessoal; 2- de um princípio; 3- a intenção de efetivar uma reconciliação; 4- entre duas ou mais partes alienadas.

Em relação à nossa redenção a única pessoa que se adequa à definição estrita é Jesus Cristo. Somente Jesus se interpõe efetivamente entre as duas partes, Deus e todo o gênero humano. Somente Jesus foi capaz de alcançar a reconciliação com Deus. Como escreve São Paulo Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem (1Tm 2,5). Esta é a fé da maioria dos cristãos e o ensino oficial da Igreja Católica.

Há, entretanto, um sentido menor que os cristãos sempre compreenderam sobre a idéia de mediação. É a idéia de uma mediação subordinada na qual participamos da mediação de Jesus Cristo. É uma mediação que é feita através, com e em Cristo. O mediador subordinado nunca está isolado, mas sempre dependente de Jesus. Examinemos as fundamentações bíblicas deste entendimento, com especial referência a 1Tm 2,5.

Devem sempre se aplicar alguns princípios quando se interpreta a Bíblia. Por exemplo, a Escritura tem um único divino autor, mas vários autores humanos diferentes. Por essa razão, cada livro canônico forma apenas uma harmonia, cada parte concordando com a anterior e a sucessora. Assim, por exemplo, um ensinamento em Gênesis não pode ser contraditório a um ensinamento do Evangelho de João, ou vice-versa. Em adição, o corpo completo da verdade revelada em toda a Bíblia freqüentemente lança uma luz no entendimento de um livro ou de um texto específico. Por isso livros adiante nos explicam e aumentam nosso conhecimento sobre o livro de Gênesis, por exemplo. Em segundo lugar, para tentar se entender um texto particular, deve-se acima de tudo considerar o seu contexto.

Voltemos à primeira carta de Paulo a Timótio e ver como estes princípios se aplicam.

Se considerarmos o versículo em questão Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem fora do contexto, facilmente iremos interpretá-la mal.

Será que "um só mediador" não significa apenas um - sem exceção? Por isso pedir a intercessão dos santos pode parecer anti-bíblico se visto por esta perspectiva. Contudo, esta interpretação não é precisa. A passagem não está isolada, mas é um versículo em um livro maior, chamado Epístola. Qual é, então, o correto sentido do que Paulo está falando? Como esta passagem se adequa ao contexto apresentado na Bíblia? Vamos considerar esta questão analisando o contexto imediato deste versículo.

São Paulo está rejeitando a idéia de mediadores subordinados a Cristo? Não, muito pelo contrário! O capítulo 2 se inicia com a seguinte exortação:

Acima de tudo, recomendo que se façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade "Súplicas, pedidos e intercessões" são atos de mediação. Paulo está explicitamente instruindo Timótio para que os cristão assumam seu papel de mediadores subordinados entre Deus e aqueles que estão listados, todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade. O princípio teológico que Paulo usa para dar apoio à este comando é a passagem já citada no versículo 5 - a mediação única, e primária, de Cristo.

Assunto tão prático é o fato de os cristãos orarem uns pelos outros. Estabelecem grupos de orações exatamente para este propósito. Qual seria, então, a objeção de pedir aos cristão que estão no céu para orarem por nós na terra? Muitas pessoas são beneficiadas pelas orações fervorosas de muitos parentes e amigos. Uma vez no céu devemos supor que estes não mais se importam com nosso bem-estar, ou que Deus se ofenderia se nós pedíssemos que intercedessem por nós? Esta idéia certamente não encontra base em 1Tm 2,5. Indubitavelmente, a rejeição à intercessão dos santos se fundamenta no desejo de enfatizar a sublime e infinita capacidade da única mediação de Cristo. Esta louvável motivação leva, infelizmente, a um conhecimento inadequado da grandeza imensurável do poder mediador de Jesus. Em outras palavras, cai em conflito com importantes ensinos bíblicos.

Um importante tema que cerca a maioria dos livros da Bíblia é a idéia da aliança. A aliança é o pacto da parte de Deus que faz do seu povo a sua família. Certamente, os vários exemplos bíblicos que mostram a imperfeição do homem e sua falha sucessivas vezes de cumprir a aliança em nada diminui o poder de Deus, mesmo que seja sempre Deus quem dê todo o auxílio ao seu povo. A bíblia amplamente mostra que nosso Deus quer incluir os seus fracos e pecadores filhos nos assuntos da família - a salvação das almas. Dessa forma, Paulo, seguindo seu apelo para "súplicas, pedidos e intercessões" está instruindo Timótio que esta mediação é agradável a Deus.

Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,3-4)

No Antigo Testamento somos apresentados ao exemplo de mediação de Abraão ao pelo podo de Sodoma, que Deus aprovou e correspondeu. Em relação à história de José, John Skinner escreve:

A profunda convicção religiosa que reconhece a mão de Deus, não meramente em intervenções miraculosas, mas no trabalho dos fins divinos através da agência humana e pelo que podemos chamar de causas secundárias, é característica da narrativa de José [John Skinner, "Genesis," International Critical Commentary (Edinburgh: T. and T. Clarke, 1910), p. 487, sublinhado acrescentado]

Moisés, Davi, os profetas e os sacerdotes levíticos claramente exerceram seu papel como mediadores. No Novo Testamento Jesus formou os seus apóstolos e os concedeu o papel de mediadores. Ele deu-os instruções para evangelizar e batizar (cf. Mt 28,18-20), perdoar pecados (Jo 20,23) e de celebrar a Eucaristia (1Cor 11,23-25) - todas essas são funções de mediadores. Paulo termina sua carta a Timótio conectando a única mediação de Cristo com o seu próprio apostolado, que também era uma missão de mediação subordinada:

E deste fato - digo a verdade, não minto - fui constituído pregador, apóstolo e doutor dos gentios, na fé e na verdade (1Tm 2,7)

A verdade dos cristãos participando na única mediação de Cristo é abundantemente clara na prática da Igreja primitiva. Isto encontra-se afirmando inclusive por um dos maiores historiadores e patrologistas protestantes, JND Kelly. Ele diz:

Um fenômeno de grande significação no período patrístico foi o surgimento e gradual desenvolvimento da veneração aos santos, mais particularmente à bem-aventurada virgem Maria...Logo após vinha o culto aos mártires, os heróis da fé que os primeiros cristãos afirmavam já estarem na presença de Deus e gloriosos em sua visão. Em primeiro lugar tomou forma de uma preservação das relíquias e da celebração anual de seu nascimento. A partir daí foi um pequeno passo, pois já estavam participando com Cristo da glória celeste, para que se buscassem suas orações, e já no terceiro século se acumulam as evidências da crença no poder da intercessão dos santos [J.N.D. Kelly, Early Christian Doctrines, revised edition (San Francisco: Harper, c. 1979), p. 490]

Um exemplo se encontra nos relatos antigos do Martírio de Policarpo, que morreu aos 86 anos:

Quando [Policarpo] finalmente acabara suas orações, na qual relembrou cada um dos que havia encontrado, do pequeno ao maior, do famoso ao desconhecido, e de toda a Igreja Católica em todo o mundo, seu momento de partida havia chegado. Sentaram-no em um jumento e partiram da cidade[William A. Jurgens, The Faith of the Early Fathers, 3 volumes (Collegeville: The Liturgical Press, c. 1970), Vol. I, # 79]

Após seu martírio ouvimos falar da reverência que era prestada aos seus restos:

Então, ao menos, conseguimos tomar os seus ossos, mais preciosos que uma jóia e mais puros que o ouro, e os pusemos em local adequado. Que o Senhor nos permita ser capaz de nos juntarmos a ele na alegria e no júbilo, e de celebrar o nascimento do seu martírio [Ibid., # 81a]

São Cirilo de Jerusalém, em suas Leituras Catequéticas, compostas por volta do ano 350, escreveu:

Façamos menção aos já falecidos; primeiro aos patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, que por suas súplicas e orações Deus receberá nossos pedidos [Ibid., # 852]

Santo Agostinho fazia pregações duas vezes por semana desde sua ordenação em 391 até sua morte em 430. Sobre nosso assunto ele tem a dizer:

A oração, contudo, é oferecida em benefício de outros mortos de quem lembramos, pois é errado rezar por um mártir, a cujas orações nós devemos nos recomendar [Ibid., Vol. III, # 1513]

Em sua obra Contra Fausto, escrito por volta do ano 400, escreve:

O povo cristão celebra unidos em solenidade religiosa a memória dos mártires, tanto para encorajar que sejam imitados e para que possam repartir seus méritos e serem auxiliados pelas suas orações [Ibid., # 1603]

A eficácia da mediação subordinada dos cristãos descansa solenemente na mediação única de Cristo:

Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito (Jo 15,5-7)

Os cristãos são criados em grande 

solidariedade uns com os outros por causa desta união com Cristo (cf. Cl 1,18; Gl 3,28; Rm 7,4; 12, 4-8; 1Cor 6,15; 10,16; 12,12.27; Ef 4,11-12.16; 5,23; Hb 10,10). É esta relação que garante a potência que torna nossa intercessão uns pelos os outros eficaz, estejamos na terra ou no céu.

segunda-feira, agosto 04, 2014

Uma Analise bíblica sobre os Santos Católicos e sua Intercessões




“Chamem de Santo só ao Senhor dos exércitos.”, dizem as sagradas escrituras.

Porém, elas mesmas dizem:

“Sede santos porque Eu sou santo!” (Lv 19, 2; 20, 7; I Pd 1, 16)

Deus diz para sermos santos Nele! Logo, Deus não é apenas santo, Ele é o Santo dos santos. Cristo é o Santo dos santos! (Dn 9, 24; Is 11, 1-5; Mt 3, 1-17). Origem de toda a santidade. Ser santo é ser “são”, íntegro, puro. Porém, não é ser alguém sem pecados!
O que é interceder?

Interceder, no sentido religioso, é pedir a Deus algo em favor de outra pessoa.

Quem pode interceder?

Todos podemos interceder por alguém, porém temos um supremo intercessor que é Cristo, mas todos nós cristãos podemos interceder uns pelos outros em nossas orações como assim nos ensina a bíblia (Tg 5, 16 , Rm 15, 30 e etc.)
E os Santos Canonizados na Igreja Católica onde entram nesta história? Não estariam eles mortos?

Morrer em Cristo é ir Para o Céu!

A Carta aos Hebreus diz claramente, “como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. (Hb 9,27)

Ou seja depois que morremos somo imediatamente julgados, ou é céu ou é inferno.

Alguns protestantes costumam rebater a intercessão dizendo que os mortos não sabem de nada, não tem consciência de coisa alguma, estão dormindo, esperando o julgamento final e que ainda não há ninguém no céu, citam Ecl 9, 5, Sl 115, 17 para confirmar isto. Ora, isto é uma realidade do antigo testamento, antes de Cristo. Já mostrei em Hebreus que após a morte somos julgados. Cristo trouxe uma nova economia, foi pregar aos que estavam na Região dos Mortos desde a criação do mundo até Sua Crucificação ( 1.ª Pd 3, 18-20; 4, 5-6 ). Vencendo a morte levou muitos deles para o Céu ( Sl 68, 19; Ef 4, 8 ) e mesmo assim, ainda no antigo testamento já vemos algumas pessoas que foram para o céu, vejamos:


Henoc:

Gêneses 5, 23. A duração total da vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. 24. Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o levou.

Elias:

II Reis 2, 1: Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão (…)

E mesmo no antigo testamento já temos uma menção a interseção dos Santos:

Jer 15, 1. Disse-me, então, o Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se afaste de mim!

Samuel já tinha até aparecido para Saul depois de mortos para fazer uma revelação (I Samuel 28, 1-19). Não era nenhum demônio como alguns costumam dizer, era Samuel mesmo, o próprio texto sacro afirma ser Samuel! Quem somos nós para duvidar? E ainda mais, um demônio é onisciente para saber o futuro? Acaso os demônios já podem profetizar? A confirmação do que Samuel revelou no capitulo 28 se dá no 29. (I Samuel 29, 1-11)


E o novo testamento comprova que eles estavam no céu. Apareceram (Elias e Moisés) para Jesus e conversaram com ele conscientemente, sabendo que ele era o Messias, o que estava fazendo e o que iria acontecer com ele. Confira Mt 17,3; Mc 9,4; Lc 9, 28-31.
Ora como Moisés pode aparecer, com corpo glorificado, a Cristo? No AntigoTestamento não é relatado que Moisés morreu e foi sepultado?

É simples, o corpo de Moisés foi levado por Miguel para o céu, Judas atesta:
Judas 9. Ora, quando o arcanjo Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda!


E também:

Disse Jesus: “Por outra parte, que os mortos hão de ressuscitar é o que Moisés revelou na passagem da sarça

ardente (Ex 3,6), chamando ao Senhor: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele.” (Lc 20,37-38).

O que significam os santos para a Igreja católica?

Com sua intercessão diante de Jesus, nossas orações recebem um forte impulso, e muitas graças alcançamos assim! De modo especial as graças que são necessárias ou importantes para vivermos fiéis à Vontade de Deus!

O exemplo de suas vidas, o testemunho que deixaram de Amor a Deus, a vivência firme do Evangelho, o amor ao próximo, tudo isto serve de exemplo para nós, nos fortalecem nos animam para sermos melhores cristãos, melhores filhos do altíssimo.

A Igreja tem especial carinho filial àquela que foi escolhida pra ser a Mãe de Jesus e nossa (João 19, 26-27). A Igreja proclama-a como Bem-Aventurada! (Lc 1, 48), ela recebeu uma graça maravilhosa e EXCLUSIVA: Ser mãe do Filho de Deus!
A bíblia nos ensina a seguir o exemplo dos Santos:

Hb 11, 4-5. Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício bem superior ao de Caim, e mereceu ser chamado justo, porque Deus aceitou as suas ofertas. Graças a ela é que, apesar de sua morte, ele ainda fala. Pela fé Henoc foi arrebatado, sem ter conhecido a morte: e não foi achado, porquanto Deus o arrebatou; mas a Escritura diz que, antes de ser arrebatado, ele tinha agradado a Deus (Gn 5,24).

Onde encontramos eles orando, falando com Deus, ou pedindo algo pelos vivos na carne?

Basta lermos um pouquinho mais a fundo a bíblia e notarmos!

Vejamos o apocalipse:

Apocalipse4, 4. Ao redor havia vinte e quatro tronos, e neles, sentados, vinte e quatro Anciãos vestidos de vestes brancas e com coroas de ouro na cabeça. Estes Anciãos são sacerdotes, adoram a Deus (4, 10; 5, 9; 11, 16-17; 19, 4). OFERECEM AS ORAÇÕES DOS FIÉIS (AP 5, 8). Este número corresponde talvez aos das 24 ordens sacerdotais de 1Cr 24, 1-19. Visto que o que havia na terra era uma imagem do santuário no céu.
Mais adiante vemos os mortos em Cristo aparecem sob seu altar clamando por justiça contra os habitantes da terra:
Apocalipse 6, 9. Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. 10. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? 11. Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.
Em Lucas vemos até alguém que foi para o inferno suplicando por sua família:
Lucas 16, 22. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. 23. E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. 24. Gritou, então: – Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas. 25. Abraão, porém, replicou: – Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.26. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá. 27. O rico disse: – Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28. para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos.28. para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos.Jesus é o único Salvador e Senhor! Jesus é o Filho de Deus que se encarnou, morreu, e ressuscitou por Amor a nós!
Quais outras passagens que falam que os mortos em cristo vão para o céu?
Veja:
II Coríntios 5, 1-9. 1. Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu.2. E por isto suspiramos e anelamos ser sobrevestidos da nossa habitação celeste, 3. contanto que sejamos achados vestidos e não despidos. 4. Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos: desejamos ser não despojados, mas revestidos com uma veste nova por cima da outra, de modo que o que há de mortal em nós seja absorvido pela vida. 5. Aquele que nos formou para este destino é Deus mesmo, que nos deu por penhor o seu Espírito. 6. Por isso, estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. 7. Andamos na fé e não na visão. 8. Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. 9.É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe.
Efésios 4, 7-8 Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo, pelo que diz: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens (Sl 67,19).
I tessalonicenses 3,13: “Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!”
Fl 1, 21-23. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Mas, se o viver no corpo é útil para o meu trabalho, não sei então o que devo preferir. Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo – o que seria imensamente melhor;
“Mas, cheio do Espírito Santo, Estevão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus. Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele. Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo. E apedrejavam Estevão, que orava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7,55-59)
I tessalonicenses 5, 10 Ele morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele.
Veja alguém que foi ao céu vivo:
II coríntios 12,2. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe. 3. E sei que esse homem – se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o sabe – 4. Foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir. 5. Desse homem eu me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas.
Jesus foi pregar aos mortos para que pudessem se salvar, portanto eles só poderiam estar acordados:
1 Pedro 3, 18. Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. 19. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes…
1 Pedro 4, 5. Eles darão conta àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos. 6. Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.
E o que falar então de 1 Timóteo 2, 5:
“ Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo….”

Os protestante costumam usar está passagem para dizer que nós católicos não temos Jesus como único mediador, ora interceder é diferente de mediar, e ainda mais no sentindo da salvação, já mostrei como podemos orar uns pelos outros, a mediação de Jesus é no sentido de homem salvador e reconciliador, isto só ele pode ser, e não há outro como assim afirma o catecismo da Igreja católica:



Parágrafo 956: A intercessão dos santos. “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (Parágrafos relacionados 1370,2683)


A intercessão dos Santos e os primeiros Cristãos:
Vejamos primeiro um texto de um dos mais renomados Historiadores Protestantes JND Kelly. Ele diz:

Um fenômeno de grande significação no período patrístico foi o surgimento e gradual desenvolvimento da veneração aos santos, mais particularmente à bem-aventurada virgem Maria…Logo após vinha o culto aos mártires, os heróis da fé que os primeiros cristãos afirmavam já estarem na presença de Deus e gloriosos em sua visão. Em primeiro lugar tomou forma de uma preservação das relíquias e da celebração anual de seu nascimento. A partir daí foi um pequeno passo, pois já estavam participando com Cristo da glória celeste, para que se buscassem suas orações, e já no terceiro século se acumulam as evidências da crença no poder da intercessão dos santos [J.N.D. Kelly, Early Christian Doctrines, revised edition (San Francisco: Harper, c. 1979), p. 490]

Relatos Primitivos

Martírio de Policarpo (Ano 155 D.C):


Após sua morte lemos a honra que era prestada as suas relíquias:

“Ele disse: não aconteça que eles, abandonando o crucificado, passem a cultuar este ai. ”Dizia estas coisas por sugestão insistentes dos judeus, que nos tinham vigiado quando queríamos retirar o corpo do fogo. Ignoravam eles que não poderíamos jamais abandonar Cristo, que sofreu pela salvação de todos aqueles que são salvos no mundo, como inocente em favor dos pecadores, nem prestamos culto a outro nós o adoramos, por que é o Filho de Deus. Quanto aos mártires, nós os amamos justamente como discípulos e imitadores do senhor, por causa da incomparável devoção que tinham para com seu rei e mestre. Pudéssemos nós também ser seus companheiros e condiscípulos….

…..Então, ao menos, conseguimos tomar os seus ossos, mais preciosos que uma jóia e mais puros que o ouro, e os pusemos em local adequado. Que o Senhor nos permita ser capaz de nos juntarmos a ele na alegria e no júbilo, e de celebrar o aniversário do seu martírio.”

Cirilo de Jerusalém(+- 350 d.C), escreveu:

“Façamos menção aos já falecidos; primeiro aos patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, que por suas súplicas e orações Deus receberá nossos pedidos”

Santo Agostinho (400 d.C) dizia:

“A oração, contudo, é oferecida em benefício de outros mortos de quem lembramos, pois é errado rezar por um mártir, a cujas orações nós devemos nos recomendar.”

Na obra Contra Fausto, escreve:

“O povo cristão celebra unidos em solenidade religiosa a memória dos mártires, tanto para encorajar que sejam imitados e para que possam repartir seus méritos e serem auxiliados pelas suas orações”.

Devoção X Devocionalismo

Devoção é respeito, amor, uma atitude Cristã e Católica.
Devocionalismo Não é uma atitude católica, muitos hoje se dizem católicos, apenas por que seus antepassados foram, sem nem saber nada sobre a história da igreja, sobre sua doutrina e até mesmo sem saber quem é Jesus de fato, apenas o têm como um ídolo distante que deve ser adorado apenas para aplacar a necessidade humana de crer em divindades. Estes vêm nos santos outros deuses e não irmãos que fazem parte de um mesmo corpo (1Cor 12,12.20s) e que podem apenas orar e suplicar por nós diante do Senhor. São os chamados caçadores de milagres, apenas vão a Igreja quando estão atrás de milagres e se esquecem de buscar lá a salvação em Jesus. Devocionalismo é fruto de ignorância, de falta de evangelização e catequese adequadas! Devocionalismo atrapalha um verdadeiro relacionamento com Jesus, pois toma o foco, e muitas vezes até a Salvação de quem o prática.

Na fé católica Jesus é o Centro! Jesus é o alfa e o ômega!


Fonte: Apologética da fé Católica


segunda-feira, julho 28, 2014

A INTERCESSÃO DOS SANTOS



Como o caso das imagens, a invocação dos santos é violentamente atacada 
por grande número de protestantes. Os católicos continuarão a invocar santos porque é uma prática com fundamento bíblico, que esses protestantes não
conhecem.

O que ensina a Igreja

Lumen Gentium 49: "Alguns dentre os discípulos do Senhor peregrinam na terra, outros, terminada esta vida, são purificados, enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus uno e trino, assim como é". É a igreja da terra, do purgatório e do céu. E ainda no mesmo número: "A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo, não se interrompe, ao contrário, vê-se fortalecida pela comunicação dos bens espirituais" à semelhança do sistema circulatório no corpo humano.

Sacrosanctum Concilium 111: "As festas dos santos proclamam as maravilhas de Cristo operadas em seus servos e mostram aos fiéis os exemplos oportunos a serem imitados".

O que ensina a Bíblia

1 Timóteo 2, 5-6: "Há um só Deus e UM SÓ MEDIADOR (ou medianeiro) entre Deus e os homens: o homem Jesus Cristo, que se entregou a si próprio por todos como resgate". Aí está claro: em termos de salvação, o único intermediário entre a humanidade pecadora e Deus é Jesus Cristo. Por ser homem, podia agir em nome da humanidade; e, por ser Deus, seu resgate oferece um valor infinito.
Nenhum outro ser humano poderia tornar-se nosso salvador. Único MEDIADOR DA SALVAÇÃO é o Cristo, que nos reconciliou com Deus. (Ef 2, 14-16). O assunto de
que trata S. Paulo a Timóteo, neste trecho é a redenção. Como se vê no versículo anterior, 1 Tm 2, 4: Deus "quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade". Nenhum católico duvida que "não há salvação em
nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar" (At 4, 12). Entre Deus e os homens está Cristo. Mas entre Cristo e os homens, foram colocados por Deus os MEDIADORES DE
INTERCESSÃO, como advogados nossos, diante do grande Advogado, Jesus Cristo. A Graça eleva e aperfeiçoa tudo o que é bom na ordem natural. Ora, se no mundo podemos interceder uns pelos outros, por que razão não o poderiam os que estão na Casa do Pai, onde se aperfeiçoa tudo o que de bom temos aqui? A graça aperfeiçoa a natureza.

Abramos a Bíblia

Ex 32, 13: Pelo pecado do bezerro de ouro adorado, Moisés pediu a Deus perdão dizendo: "Iembrai-vos de Abraão, de Isaac e de Israel, vossos servos..." Moisés pediu a Deus pelos méritos de três mortos em aliança com Deus, e o Senhorperdoou ao povo! É o que fazem os católicos invocando seus santos.

1Rs 11, 11-13: "O Senhor disse a Salomão: ... Tirar-te-ei o reino e o darei a um de teus servos. Todavia, EM ATENÇÃO A DAVI, teu pai, não farei isto durante a tua vida... deixarei uma tribo a teu filho, em atenção a Davi, meu servo". Eis aí a
interposição de Davi que já havia morrido (1Rs 2, 10).
Tb 5, 4: "Saiu Tobias à procura dum companheiro que viajasse com ele... Apenas saído, encontrou-se com o anjo Rafael... sem que todavia percebesse que era um Anjo de Deus". O Anjo acompanhou Tobias durante toda a viagem. Eis aí um anjo com a função de intermediário entre Deus e um homem. Tb 12, 12: finda a viagem, o anjo disse: "Quando oráveis, tu e Sara, EU APRESENTAVA o memorial de VOSSA ORAÇÃO diante da majestade do Senhor: o
mesmo fazia quando enterravas os mortos..." 12, 14-15: "Deus me enviou também para curar a ti e a Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, que estão na
presença do Senhor e tem acesso à sua Majestade". Eis os anjos intermediários para Deus conceder graças, favores aos homens.

Jó 33, 19-26: "Quando a carne do homem se consome... sua vida está próxima ao sepulcro... Mas, se para ele houver algum anjo, um só advogado entre mil... que diga: Livrai-o da descida ao sepulcro... reverdecerá a sua carne...  Suplicará a Deus e ele lhe será benigno". 2Mc 4, 34: Onias foi morto. No entanto, em 2Mc 15, 12-14, Onias e Jeremias,
mortos, intercedem pelos judeus e alcançam vitória para Judas Macabeu. E Onias diz que Jeremias "muito ora pelo povo", lá da mansão dos mortos.

2Mc 12, 38-45... "encontraram debaixo da túnica... dos caídos, objetos consagrados aos ídolos... e puseram-se em Oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão..." É a oração em lavor dos mortos.
SI 131 (132), 1 e 10 pede a Deus que leve em conta os méritos de Davi para que a oração seja ouvida. No verso 10: "Por amor de Davi, vosso servo, não rejeiteis o vosso consagrado". Dn 3, 34-35: Azarias, na fornalha, orou: "Não aparteis de nós a vossa misericórdia, em atenção a Abraão, vosso dileto, Isaac, vosso servo, e a Israel, vosso santo".
Zc 1, 12-13: "O anjo do Senhor tomou a palavra e disse: até quando, Senhor do universo, não vos compadecereis de Jerusalém e das cidades de Judá...? E o Senhor respondeu ao Anjo que falava comigo, com palavras boas, com palavras consoladoras". Um anjo intercedendo a Deus pelos homens.

Estes ensinamentos da Bíblia mostram que a invocação dos anjos e santos é útil, embora não necessária à salvação. Não há portanto obrigação de invocarmos os santos e os anjos, mas podem ser invocados. Como a Graça os mantém na Glória em íntima e vital união com a cabeça do
Corpo todo (Jesus Cristo), nós, católicos, amamos e invocamos os santos, baseados na Palavra de Deus. Já o livro do Eclesiástico 44, 14-15 diz: "Seu nome vive nos
séculos, sua sabedoria é celebrada em público e seus louvores repetem-se nas reuniões". É exatamente o que o calólico faz: celebra publicamente os louvores dos
santos, como nossos modelos e heróis no seguimento total de Cristo. Quem louva um filho, alegra os pais. Quem louva um santo, alegra e glorifica ao Pai Celeste pelos dons que lhe concedeu e aos quais o servo soube tão bem corresponder.

Há diferença essencial entre o culto prestado a Deus como ser absoluto 
(adoração) e o culto aos santos (veneração) entre os quais distinguimos Maria, pelo seu papel único e exclusivo no plano divino da Redenção. Ela ministrou ao Verbo de Deus a natureza humana para que ele pudesse oferecer-se como vítima (Cordeiro) no sacrifício do Calvário, em lugar dos pecadores e por eles. Maria foi a criatura que
mais se uniu a Deus pela fé ("bem aventurada és tu, que creste" Lc 1, 45), pelo amor (que gerou Jesus e o cercou de carinho materno por mais de 30 anos) e pela vida
toda (acompanhou-o e serviu-o em sua vida pública até seu último suspiro). É grande modelo a ser imitado. "Plenificada de graça", ela é a única criatura que pode dizer de Jesus: ele é carne de minha carne e sangue do meu sangue. Mas todo culto prestado aos santos, refere-se em definitivo a Deus, porque a razão da santidade dos santos é, em última análise, a graça livre de Deus a qual os santos corresponderam generosamente.

A invocação dos santos encontra sua confirmação valiosa na era dos mártires. Nesse tempo do maior heroísmo da fé cristã, encontramos esta expressão de fé nos túmulos das catacumbas de Roma: "Roga por nós!'' Quem duvida da
legitimidade da fé dos primeiros cristãos? E eles invocam os mártires. Invocavam os santos como fazem hoje os católicos. O próprio Jesus supõe a possibilidade desse intercâmbio entre os habitantes do céu e os da terra em Lc 16, 27-28: um condenado diz: "peço-te, ó pai (Abraão), que mandes Lázaro à minha casa paterna, onde tenho cinco irmãos; que os previna a fim de não virem eles também para este
lugar de tormentos". Rm 11, 28... "os judeus" são inimigos de Deus... mas... amados, por causa de seus antepassados". Ap 5, 8:... "os 4 viventes e os 24 anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, cada um com uma cítara e frascos de ouro cheios de aromas, que são as ORAÇÕES DOS SANTOS", isto é, dos cristãos da terra.

Ap 8, 3-4: "Veio outro anjo... foram-lhe dadas muitas espécies de aromas juntamente com as ORAÇÕES DOS SANTOS... E das mãos do anjo subiu diante de Deus a fumaça dos aromas juntamente com as orações dos santos", isto é, dos cristãos ainda na terra. Vemos aqui no Apocalipse que as súplicas dos cristãos da terra se encontram nas mãos dos "anciãos" no céu, para que estes as apresentem ao "Cordeiro que tira o pecado do mundo", isto é, Jesus Cristo, e ajudem na obtenção das graças
pedidas. O mesmo papel desempenhado pelos anjos.

Em Medjugórie os videntes perguntaram a Nossa Senhora se os pedidos deviam ser dirigidos a ela ou a Jesus. Ela respondeu: "Por lavor, peçam a Jesus. Eu sou sua mãe e intercedo por vocês. Todas as orações são levadas a Jesus, que deseja dar-vos, por meu intermédio, graças particulares. Enganam-se os que se dirigem unicamente aos santos para alcançar alguma coisa". Outra vez voltou ao assunto: "Jesus preferiria que vocês se dirigissem diretamente a ele, em vez de usar um intermediário. Todavia, se quiserem que eu seja sua protetora, confiem-me todas as suas intenções".

Conclusão

A invocação dos santos sem ser necessária, é lícita, é útil e se fundamenta na Bíblia.

Fonte: Livro em defesa da fé